A atual crise financeira na Europa está provocando profundas mudanças em
organizações e em estados europeus. Em muitas dessas instuições,
diversos departamentos, inclusive os de TI, estão sendo pressionados à
encontrar soluções para reduzir seus orçamentos anuais. Como resultado,
observa-se um grande aumento no número de instituições migrando o uso de
softwares proprietários para softwares livres.
O governo da região autônoma de Estremadura, na Espanha, inicia, em
fevereiro deste ano, uma massiva migração do atual sistema operacional
proprietário de todos seus 40.0000 computadores para Debian, uma
distribuição gratuita Linux.
O projeto é a segunda maior migração europeia para sistemas livres, ficando entre a francesa Gendarmerie Nationale,
que é a Polícia militar francesa, com 90.000 computadores migrados para
a distribuição Ubuntu, e a cidade alemã de Munique, que até o final
deste ano migrará 15.000 computadores para LiMux.
Segundo o CIO da região autônoma de Estremadura, Teodomiro Cayetano López, em entrevista para o jornal espanhol Publico, a completa migração para a plataforma livre deve acontecer dentro de um ano.
Estremadura é pioneira no uso de sistemas livres desde 2002, quando
desenvolveu um projeto para implementar 50.000 computadores com LinEx,
uma distribuição linux criada pelo próprio governo de Estremadura, em
toda a rede de ensino médio da região, e outros 20.000 computadores com
LinEx na rede de ensino primário.
Segundo López, a necessidade de unificar todos os computadores em um
único sistema operacional foi de extrema importância. Esses
computadores, segundo o CIO, precisavam ser "fáceis de usar, manusear,
com capacidade de suporte remoto e ser livre do risco de vírus, que são
comuns em soluções proprietárias."
Algumas grandes instituições brasileiras também vêm adotando, total ou
parcialmente, softwares livres ao invés de proprietários, como são os
casos do Banco do Brasil e da Petrobrás.
Ao que parece, crises econômicas têm se tornado grandes oportunidades para a implementação de softwares e sistemas livres.
* Arthur Zennig é estudante de International Management na universidade de ciências aplicadas de Deggendorf, Alemanha
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